quinta-feira, 15 de setembro de 2011
Nós éramos felizes. E, veja só, olha o que viramos. Você está de um lado e eu me encontro no oposto. Não nos unimos mais por puro comodismo. Sinto tanto, amor. Céus como meu peito anda doído. O fogo da paixão deu lugar ao gelo da dor. Encontro-me numa solidão sem tamanho. Você não faz questão de nós dois juntinhos no sofá, como eu também não faço mais tanta questão de te ver nos sábados a tarde. Mas, é só pra não me doer mais. Estou apenas adiantando o que virá depois. E daí assim, de pouquinho a pouquinho a gente vai se desprecisando. E é disso que eu tenho mais medo; que você se desprenda totalmente de mim.
Me isolei do mundo pra viver do seu amor. Abri mão de aventurar-me e mergulhei nesse teu mar. Mergulhei tão a fundo no seu mar, sentia-me envolvida por tuas águas e senti-me feliz. Sentia-me completa, as águas de seu março era tudo de que eu precisava. Fui mergulhando e me aprofundando nesse amor. Mas, foi só depois de muito tempo que percebi que não estavas mergulhando ao meu lado. Tu tinhas retornado a superfície e subiu em uma embarcação, tomou o leme e seguiu em uma direção que eu jamais conseguiria alcançar-te, e o fez porque o quis -fugiu de mim. E eu, que imaginava estar aprofundando-me em seu amor e você mergulhando junto a mim, descobri que eu estava afundando. Afundando num abismo sem fim. Afundando num mar de ilusões e sofrimento.