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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

M4U

 

 

Venho dormindo tarde, e acordando cedo. Porém essa manhã foi diferente. Quando algo me forçou a abrir os olhos, o relógio marcava 07:07. Nem mais um minuto, nem menos um minuto. Exatamente 07:07. Mas aquela velha história de horas iguais já não me convence mais, a ilusão teve fim. Virei para o lado, e voltei a dormir por 10 ou 20 minutos. E quando acordei novamente, me senti obrigada a levantar, mesmo com sono. Coloquei um CD pra tocar, e esperei o relógio marcar 8 horas. Liguei o computador, tentei não pensar, mas as palavras ecoavam em minha mente, a lembrança ainda existia. Era inevitável não pensar, não moer, e remoer cada uma delas. Tentei me distrair com qualquer coisa inútil o suficiente para não me deixar pensar, lembrar. Chegou a funcionar; Essa manhã estava diferente, não havia alegria como nas outras, nem sorrisos espontâneos, havia apenas dor. A dor da lembrança de algo que um dia talvez tenha sido real. A dor das palavras não proferidas. A dor de um sentimento imparável. Apenas isso, dor. O relógio agora estava quebrado, e já não marcava mais horas iguais. Marcavam horas desiguais: esquecimento. Exatamente em horas ilegíveis para olhos embaçados. Embaçados por uma dor que refletia na alma, e que parecia não ter fim.

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