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quarta-feira, 23 de março de 2011

A Garota Que Vive e a Escrita

 

Tenho dupla personalidade, a garota que escreve e a que vive.

A escritora é sonhadora, vê o mundo de uma maneira louca. Acredita em fadas e em contos. Sabe o que é certo, errado, e o que fará no momento seguinte. Sábia, fria, explosiva. Não tem travas na língua, fala o que vem à cabeça.

Ela sabe voar com as letras e cantar com os versos. Chora apenas por quem vale à pena e, espera, intusiasmadamente alguém que a faça feliz. Amigos são aqueles que a fazem sentir bem, nem que seja por um milésimo de segundo. Amores já teve vários, cada um correspondente a uma de suas histórias criadas. E ela quer sentir. Qualquer coisa.

A garota que vive é realista e, ás vezes, chega a ser pessimista. Tem medo de mudanças e desilusões. Se perde dentro dos próprios pensamentos e normalmente esquece o que ia fazer. É do tipo que abre a geladeira para pensar, e, acaba não pensando. Procura por coisas que não sabe o que são. Nunca se apaixonou de verdade e convence a sí mesma de que não acredita em contos de fadas. Histórias, são aquelas que ela vê em seus sonhos e que Clarice Lispector escreve. Lê ficções para fugir da realidade, mas só consegue imaginar uma garota sem graça lendo livros mentirosos. Certo momento ela quer correr, meio minuto depois cansa, e anda, pacata. Procura afastar-se do escuro, da falsidade e da mentira. Em quem confia são poucos. Mas aquele que conquista sua confiança, dedica tudo, não importa quando, para fazê-lo feliz.

O encontro finalmente acontece quando a garota que vive decide escrever. E criam desilusões, amores, contos, fadas, medos, fábulas, mentiras, vôos e canções. São os seus opostos apaixonando-se. É estranho, mas essa sou eu. Eu nunca disse que era perfeita.

(Camila Cabral)

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